quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Neuro Marketing (Brand experience)



O que desejam hoje os consumidores?

Muito mais que bombardeios de imagens, mensagens em massa, ruído,... os consumidores querem respeito, reconhecimento e experiências relevantes que mexam com emoções, estados de espírito, querem produtos que sejam experiências únicas.

Quantos de nós não tem sonhos que são adiados?...saltar de pára-quedas, ser piloto de formula 1, ir ao espaço, nadar com as baleias, conduzir um camião tir, .... explorar os sonhos por realizar é o caminho!
Esta exploração permite-nos associar a marca a uma vivência única, diferenciá-la, ganhar proximidade e afinidade com o cliente ... acrescentar valor à marca. E, atrair o cliente para uma nova compra só para viver uma experiência singular, imaginária, alucinante independentemente do custo, nem que este seja um pouco mais caro.

Novos produtos, produtos diferenciados são nos dias de hoje imediatamente copiados e adoptados pela concorrência, hoje design, estrutura ou tecnologia não permite exclusividade. Perante este cenário, as acções de brand experience ganham corpo nas estratégias de comunicação, em prol da sobrevivência da marca.
Sentir, emocionar-se, pensar, agir e relacionar-se são palavras de ordem no brand experience! Queremos relações profundas, queremos amizades duradouras com a nossa marca.
Sejam quais forem os nossos produtos, eles são para pessoas e pessoas sentem, emocionam-se, pensam, agem e relacionam-se quer sejam, clientes finais, colaboradores da empresa ou clientes profissionais.

Porque será que a Benetton tem campanhas tão personalizadas? Porque está a nike a criar nas suas lojas ambientes de ginásio? Porque sentimo-nos um verdadeiro atleta nas lojas adidas? Simples, estes estão a trabalhar experiências.

Uma das acções mais acessíveis é o marketing olfactivo, pequenas e grandes empresas já o exploram para gerar expectativas, para relaxar, atrair, .... No entanto, a internet é o meio mais poderoso para estratégias de brand experience pela diversidade de pontos de contacto e interactividade. Hotsites, jogos, emoticons, winks, wallpapers, personalização de programas, banners, learderboards, sky-scrapers, vídeos, virais, programas de conversação, grupos, blogs, .... e uma boa dose de criatividade, são os ingredientes para por a marca em movimento.

Surpreender positivamente para gerar retorno e ficar na mente do consumidor uma vida é a missão da brand experience.

Mas como tudo não são rosas exitem ,claro, algumas desvantagens e entre elas destacam-se:
- o facto de haver pouca maturidade teórica e prática
- não há estudos comparativos
- é visto como perigoso
- falta de estudos técnicos
- grandes investimentos


Fontes: http://www.sdr.com.br/Ideias002/016.htm
http://www.neurosciencemarketing.com/blog/

Dois exemplos de Experience Marketing:

Adidas - Experience room in Paris.



Arcade Fire - Video Interactivo



Caso queiras experimentar o video interactivo dos Arcade Fire , aconselho visitar:
www.beonlineb.com

6 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com o texto e acho que faz reflectir no facto de ser uma altura em que a tecnologia nos torna cada vez mais isolados mas ao mesmo tempo interligados com o resto do mundo, havendo uma exponencial necessidade de sentir todo o tipo de emoções para ter a certeza de que ainda somos humanos. Parabéns pelo texto! acho que tens potencial!

Anônimo disse...

Na perspectiva de um consumidor, a ideia de Marketing parece cansativa e ofensiva.
Passo a explicar.
Nós (consumidores) resistimos e tememos a ideia que algo além da nossa própria vontade imparcial influencie, a escolha de um determinado produto ou serviço.
Mas para vós, raposas do marketing, tal mentalidade deve encontrar o eco laudável de um riso colectivo.
Entre as duas margens, a vossa (dependente dos humores do mercado) deveria proceder a uma humilde recolha dos sinais exteriores de controlo e moldagem da percepção do consumidor.
Resultaria para todos, e eu (consumidor) dormiria bem melhor na minha toldada ignorância.
Haldoux Huxley descreveu no “ Admirável Mundo Novo “ experiências de manipulação em acção.
Oração do dia :
Que o futuro não se assemelhe a uma grandiosa e totalizante Manipulação da raça e vontade humana.
Ámen.
Chalom
Júlio P. Oliveira

Anônimo disse...

Não sei porquê, mas faço minhas as palavras da primeira comentadora :)

A relação tecnologia/procura de emoções é realmente uma fonte vastíssima de novas possibilidades para o mundo do Marketing.

Parabéns e continuação de bom trabalho!

Ana Paula Cruz disse...

Bom, quem são os comentadores?...
Eu tb tenho coisas a dizer de quem não só é prof mas tb profissional: o seu texto mistura 3 conceitos que ainda que nesta área se misturem muitas vezes por não haver fronteiras, ainda assim em contexto académico necessitam mais acuidade nas definições, mesmo se criativas e em estilo que eu gosto: Brand experience (universo da marca em todas as suas manifestações, desde a conceptual, organizacional... até aos artefactos mais simples) não é o mesmo que experience marketing (de forma simplista, proporcinar experiências inusitadas aos consumidores relacionadas ou não com os territórios em que a marca se move) e o neuro marketing pode ser um instrumento de ambas, no sentido em que é uma ciência que estuda o que nos estimula, colocando esse conhecimento ao serviço do mkt.
Em todo o caso, se não exacta, a sua é uma visão abrangente.
Quero vantagens e desvantagens

Ana Paula Cruz disse...

E já agora um comment para o Júlio:
o mkt às vezes cansa, de facto; parece que andamos a manipular meio mundo. Mas se imaginarmos um mundo sem marcas (e eu já o vi, do lado de lá do muro de Berlim) posso assegurar que assim é melhor. Ao menos sabemos que existe uma técnica que procura agradar-nos nas suas propostas e não meras indústrias cegas ao que queremos - a mercadotecnia como lhe chamam os nossos vizinhos espanhóis e muito bem.

Anônimo disse...

Respondendo a Ana Paula Cruz:

Não concordo no desprovimento do Bloco de Leste (na altura a que se refere? Terei que generalizar até á queda do Muro) de marcas, ou da sua não aplicação na sociedade comunista.
Sucintamente, os regimes e movimentos comunistas sempre se pautaram por uma agressiva procura de simbologia e de significância em todos os sectores da sociedade, marketing politico e insurreição panfletária, produtos-padrão como símbolos de nações.

Exemplo a imagem internacional dos cuidados médicos excelentes de Cuba, a marca em cidades como Leninegrado e Estalinegrado de lideranças russas, a promoção da Kalashenikov como a arma da liberdade, a promoção da checa SKODA como modelo do proletariado do novo mundo.
A Budweiser (roubado o logótipo pelos americanos, sempre quis recuperar a imagem de uma das melhores cervejas do mundo), a Vodka Russa e Polaca que nunca deixou de ser vendida e distribuída, tanto no Leste como na Europa em competição directa com a sueca.

Descrever as ditaduras ou movimentos do bloco (não iguais á URSS) á imagem negra de uma segunda fictícia idade média é pouco cuidadoso, pelo menos no plano historiográfico.
A corrupção dos funcionários nunca permitiu a afamada ausência de mercado de produtos em competição (pelo menos para os poderosos).

A diversidade de situações e a resistência humana de sair dos moldes castradores do modelo de Moscovo levaram á criação da Alemanha Democrática, que pela sua riqueza e produtividade industrial se autonomizou progressivamente dos desmandos da superpotência, permitindo aos seus cidadãos e negócios uma vida fora dos moldes comunistas que vigoravam no resto dos países vermelhos.
Certo que a propriedade privada era esmagada pelo funcionalismo público no Bloco de Leste e pelo controlo estatal, mas isso nunca significou o fim da necessidade de promover marcas (produtos) dentro do sistema fechado.
Não se aplicariam as fórmulas de hoje mas a promoção nunca deixou de se fazer.
Produtos e conceitos politizados eram cruciais na manutenção do bloco e da sua sobrevivência.

Carros russos como símbolo dos altos funcionários do Kremlin e Internacionais e Congressos cuidadosamente manipuladas para servirem de modelo e aspecto aos Partidos e Congressos comunistas do mundo inteiro.
Prova viva ainda hoje nas imagens dos Congressos do PC português.

Relembrar os míticos heróis soviéticos da Guerra de 39-45, canonizados (perdoem-me o termo) pelos governos de Budapeste a Kiev.
Não posso arrogar, como a Ana, da vivência desse mundo tão distante, mas essa experiência como fórmula deve resultar, pelo menos a título pessoal, contra críticas á sua área.
Penso que é uma escolha da Ana abstrair-se a essa época, para justificar abusos que podem ocorrem na aplicação da "técnica" que referiu na sociedade de hoje.
Abraço,
Júlio Oliveira